11 maio 2015

A CRENÇA NO PODER TECNOLÓGICO DA LUZ VAMPIRA

Uma das mais poderosas crenças nascida nos anos 1977/1978 no Pará, associada a onda de fenômenos aéreos luminosos que assolou o estado, foi a da suposta tecnologia utilizada por esses corpos luminosos, capaz de mudar temporariamente a estrutura molecular de materiais opacos e transformá-los em translúcidos, permitindo que a luz os atravessasse e os dois lados separados pelo material opaco ficassem vivíveis um ao outro. Essa crença faz parte do imaginário da famosa Operação Prato.


A CRENÇA NO PODER TECNOLÓGICO DA LUZ VAMPIRA  

Para conhecer melhor a história dessa onda ufológica paraense, acesse a Wikipédia Operação Prato, ou leia o livro Corpos Luminosos, uma operação militar em busca de respostas.

A NOTÍCIA

No dia 25/06/78 o jornal O Estado do Pará publicou uma notícia aterradora, sobre eventos ocorridos com uma equipe de reportagem na Baia do Sol, ilha do Mosqueiro, Belém:

'(...) Às duas da madrugada, abrigados no carro devido à forte chuva, os repórteres do "O Estado" foram despertados por um acentuado foco de luz, que ultrapassou, por incrível que pareça, a estrutura metálica do teto do veículo. Sobressaltados, saíram rapidamente. Comprovaram, então, já um pouco distante do carro, que um foco de luz em forma de tubo, com cerca de 10 polegadas de diâmetro, era dirigido do alto sobre o teto do carro, ultrapassando a chapa metálica. (...)'

Seria uma notícia fantástica, em sintonia com os estranhos acontecimentos ocorridos meses antes em Tauá, Colares e Vigia, investigados pela Aeronáutica e o SNI, caso não fosse falsa.
Num excelente trabalho investigativo, Daniel Rebisso Giese, em seu livro Vampiros Extraterrestres na Amazônia, entrevistou o jornalista Biamir Siqueira e o fotografo José Ribamar, personagens da notícia do jornal O Estado do Pará, acima reproduzida.

José Ribamar conta:

“(...) A primeira vez que observamos uma nave, nos encontrávamos no interior do automóvel da redação do Estado. Lembro que estávamos cochilando (juntamente como o Biamir), quando subitamente fomos acordados por um intenso clarão de cor azulada, tendendo para o cinza. Sentimos um forte impacto, como se aquela luz tivesse força. Saímos do carro imediatamente e pudemos ver uma nave sobrevoando o local. Deveria estar a uns 20 metros der altura e logo recolheu seu feixe luminoso, desaparecendo em seguida. (...)” (1)

Giese, com toda a razão, declara que a reportagem de 25/06 do O Estado do Pará “(...) descreve detalhes que devem ser corrigidos (...)”.

A reportagem de 25/06 ainda chega a dizer que naquela noite foram feitas várias fotos do encontro. Para Giese, Ribamar declara não haver tirado nenhuma foto devido a surpresa e suas emoções.

Comparando-se as duas versões, resta claro a manipulação indevida da história, numa versão falsa e forçada, que acabou atravessando décadas. É possível encontrar em sítios ufológicos a reprodução da notícia, como verdade fosse, bem como, comentários nas redes sociais fazendo eco ao jornal. Inclusive o coronel Hollanda, comandante da Operação Prato, embarcou nessa história, citando essa falsa notícia como legítima durante sua entrevista de 1997. Espero que os sítios em atividade analisem melhor e corrijam essa informação.

Qual a importância dessa notícia inverídica?

Primeiro, ajudou a criar uma peça importante do imaginário da Operação Prato: o poder das estranhas luzes de alterar a estrutura molecular de materiais opacos, como telhas e paredes, permitindo a passagem da luz, utilizando, portanto, uma tecnologia até hoje não inventada. E isso pode levar a falsas conclusões, através da aplicação de raciocínio indutivo: se uma determinada tecnologia ainda não existe, mas de alguma forma ela foi supostamente utilizada, deve ser porque alienígenas a trouxeram ao planeta e em algum momento estiveram entre nós.

Segundo, fica muito mais fácil aceitar a heterodoxa ideia de que um feixe de luz lançado por uma nave extraterrestre, consiga trazer em seu interior mecanismos capazes de furar a pele, extrair e armazenar sangue fresco, rapidamente. Afinal, se eles podem atravessar o telhado com sua luz, porque não conseguiriam atravessar a matéria com outra matéria, (no mínimo, o suposto sangue coletado) dentro dessa mesma luz?

Meus leitores sabem da minha posição, claramente exposta em meu livro Corpos Luminosos: o fenômeno aéreo foi legítimo e de origem ainda não determinada, mas o vampiro extraterrestre foi um fenômeno social e psíquico de grande abrangência, como numa epidemia.

A luz invasora

A luminosidade difusa foi relatada aos militares por 2 pessoas em Colares, 4 em Tauá e 5 em Ubintuba:

“(...) Em geral, os atingidos tiveram a percepção de uma luminosidade manifestando-se no interior de seus casebres, sobrevindo o pânico e pedido de ajuda aos gritos (...)” (2)

Nenhum depoimento constante da documentação oficial ou vazada relata a ocorrência de material opaco tornar-se translúcido.

Há uma diferença enorme entre reconhecer que objetos voadores ainda não identificados, voando baixo, possam ter iluminado o interior de casebres no Pará em 1977, através das frestas nos telhados, janelas e portas e noutra interpretação, acreditar que por telhados que ficaram translúcidos aparelhos atravessaram a matéria, realizando procedimentos médicos invisíveis em humanos.

E assim, a crença nos vampiros extraterrestres ganhou, com o tempo, um verniz tecnológico, aparentemente, incontestável.



Notas:
(1) Daniel Rebisso Giese, Vampiros Extraterrestres na Amazônia, capítulo V, Vigílias na Baía do Sol, página 68 – 1991.
(2) Hélio Amado Rodrigues Aniceto, Corpos Luminosos, capítulo 7, Depoimentos, página 219 – 2014. 

7 comentários:

1 disse...

Olá Hélio. Excelente artigo. Parabéns por desmistificar alguns aspectos desse caso que alguns ainda teimam em torná-lo mais fantástico do que ele realmente foi baseando-se em inverdades. Na verdade o Cel Hollanda em sua entrevista menciona ter colhido "da primeira mulher que ele entrevistou em Colares", no dia de sua chegada de helicoptero a cidade, o depoimento de que o telhado da casa onde ela estava teria ficado vermelho e depois translúcido. Sabendo que ele chegou em 1/11 e baseado no relatório do SNI e na própria descrição dada por ele, chegamos facilmente ao depoimento de CIaudomira Paixão. Em nenhum momento esse fato foi mencionado por ela, nem mesmo anos mais tarde, quando outros acontecimentos "fantásticos" foram agregados por ela. Esta colocação "equivocada" do Cel Hollanda se junta a outras como, por exemplo, afirmar que os militares não levaram armas na missão e que os agentes do SNI estavam lá apenas por curiosidade.

Enigma Luz disse...

Sim Luiz, coronel Hollanda cometeu equívocos em sua narrativa. O depoimento continua muito importante, só não devemos tomá-lo como se fosse a verdade dos fatos e desconsiderar o componente pessoal, psicológico. Infelizmente, muitos auferem à suas palavras uma conotação quase sagrada.

Unknown disse...

Caro Hélio Aniceto, já tinha feito um comentário no seu último post e aproveito essa oportunidade para elogiá-lo +1x p/ seu livro e agradecer p rico conteúdo do site OP, no entanto o assunto ainda resta obscuro. Qdo vi as infs do site OP, sobretudo na parte das memórias deixadas p ufólogo americano Bob Pratt, p pouco q li, dá a entender q (como está no seu livro) Hollanda deu 2 entrevistas, 1 p/ revista UFO e outra p o americano (com a ajuda de uma americana q já residia aqui chamada Cynthia Luice) e q divergindo do seu trabalho (me corrija, depois se estiver errado), ambas ocorreram quase concomitantemente (agosto/97), e q (idêntico a seu livro) diferiam em alguns aspectos como p.ex a resposta do Hollanda qto à sua visão da nave no Rio Guajará-Mirim, no entanto o detalhe interessante é que ele omite do americano q filmou (não significa q o tenha feito) e tão somente fotografou o evento. Essa questão dos vídeos são interessantes. Pq Hollanda daria duas versões diferentes, à revista brasileira e ao americano? Qto a este último (Bob Pratt) ele foi mais a fundo, e foi ao Pará (Belém e Colares) "in loco" em 1999 e conseguiu obter mais dados à sua pesquisa, entrevistou inclusive o ex comte do Hollanda (q ainda era vivo à época) q afirmou positivamente q viu os super-8 (um deles) e q viu apenas luzes piscantes no céu e q tvz os militares as tenham confundido com um farol q havia em Colares, o americano persistiu e foi até o comte da Marinha p saber da existência de tal farol e de seu funcionamento e obteve respostas inconclusivas a respeito. Pratt tbm questionou ao ex comte da FAB, se tais flimes poderiam ter sido repassados à BSB sem ele saber, o militar resp. afirmativamente. Então, td leva crer q há a possibilidade de tais filmes existirem, o relato do americano achei mais consistente e transparente, e tvz p este último detalhe e tbm pq Hollanda já o conhecia há mais tempo, ele tenha contado duas versões do msm fato, embora já não creio pessoalmente q exista um filme grandioso do evento Guajará-Mirim, agora q houve filmagens isso é incontestável, inclusive de particulares (não pertencentes à FAB) q foram confiscadas pelos militares, esse acervo probatório é q continua sendo uma das questões chaves (senão a mais importante) desta misteriosa investigação e p concluir; tbm acho q o livro do Daniel Rebisso seja a "Magnum Opus" deste caso, não o livro (pq não o encontrei ainda) mas p/ alguns trechos pude notar a riqueza de detalhes, como p.ex o pânico q tomou conta de um dos comandados da OP e à narrativa feita pelos moradores aqui do MA da descrição a pessoas e veículos incomuns (na década de 70) na região da baixada na época dos eventos anteriores à OP, são minúcias interessantes e acredito nelas. Agradeço p espaço e sucesso na sua empreitada.

Anônimo disse...

Alô amigos deste blog e site OP

Quero externar meus encômios ao Sr. Heitor Costa, pelo excelente trabalho por ele desenvolvido nessas recentes pesquisas da OP. Na minha opinião superou dois renomados ufólogos: AG e EBJ, p/ iniciais já dá pra sacar quem são. O 1º figurou por um longo período como "dono" do assunto OP, até pq a memorável entrevista do comte da OP foi pra ele.O q quase ninguém sabia e agora já é de domínio público é q Holanda tbm deu outra entrevista pra outro ufólogo, o americano Bob Pratt, mas devido a astuta omissão de AG, este restou como sendo o único a quem o ex oficial da FAB concedeu entrevista. Outrossim, AG com sua vaidade e postura egocêntrica, logo após a célebre entrevista SEQUER foi a CAMPO (ir aos estados do MA e PA) para entrevistar os d+ envolvidos na OP, permanecendo na sua comodidade. O auge p/ AG veio qdo os docs classificados da OP foram liberados, esses docs foram apossados por AG por um tempo e o engraçado é q AG ainda reclamou com EBJ (p/ isso q não se falam +) de docs q estavam na posse deste e EBJ mandou AG tomar banho e se negou a lhe entregar tais docs, acho q EBJ fez isso pq já conhecia a personalidade egoísta de AG. Cara é impressionante q esses dois jamais tenham ido aos locais onde ocorreu os eventos da OP e ainda se auto proclamaram EXPERTS da OP.

Cont na próxima

Anônimo disse...

Em cont a msg anterior

Hoje AG ñ quer nem ouvir falar em OP, pra ele é um assunto encerrado. Até o vídeo recém recuperado da segunda (e última aparição de Holanda), ele nem fez uma única referência, até pq AG insistiu numa falácia de q nessa última manifestação do ex comte, este teria dito q teve um contato de 3º grau, qdo na vdd ao se v o vídeo, Holanda sequer menciona esse fato. Pra evidenciar isso, existe até hj um vídeo no utube, em q AG em uma entrevista pra jornalistas da folha de SP, um dos entrevistadores, Salvador Nogueira, refuta essa bizarra alegação de AG, exigindo provas (q ele chama de "papers" ou docs). AG com sua postura arrogante e suas omissões propositais além de ñ t feito nenhum tipo de atividade de campo, fez q com muitos dele se afastassem, como p/ ex, ufólogos de MG, sendo q inclusive um grupo desse estado fundasse uma nova revista, concorrente com a dele. Qto ao EBJ, apesar de tbm ñ t feito qq pesquisa de campo ref. a OP, p/ menos é + humilde q AG, no entanto TBM OMITE INFS DA OP, ao msm tempo q requer q outros repassem infs pra ele. Rpz só tem aproveitador. O esperto querendo passar a perna no sabido. Esse é o reflexo desses dois ufólogos.


Cont na proxima

Anônimo disse...

Cont da msg anterior

O Sr Heitor Costa pelo pouco q vi, já q ele ñ divulga 100% do seu trabalho de pesquisa, e até reconheço q está no seu direito e correto, pq têm muito aproveitador por aí, vai c o cara da OP e ofuscar os dois ufólogos já ditos acima. A sua pesquisa sobre a fase da OP na fazenda Jejú, no qual Holanda já ñ participava, pode trazer muita luz e esclarecer muita coisa desse misterioso evento. Pelo pouco q ouvi ele falar dessa fase na tal fazenda, há um aspecto q corrobora um episódio descrito pelo seu tbm conterrâneo, Daniel Rebisso, em seu famoso livro (Vampiros Extraterrestres na Amazônia), q foi O CASO DE UM AGENTE DA OP Q SOFREU ATAQUES DE PÂNICO pelo q viu e presenciou, tvz seja o q ocorreu nesse incidente da fazenda Jejú, q o Heitor disse q qdo entrevistou um dos ex militares q participaram dessa fase da fazenda Jejú e este afirmou q um dos milicos q deveria registrar (fotografar e filmar) uma luz misteriosa (q segundo o relato, girava em seu próprio eixo tal qual um pião) e pairava numa estrada de piçarreira (tipo estrada de chão ou de terra), Ñ O FEZ DEVIDO A FORTE EMOÇÃO. Cara, pelo q disse HOJE DEVERÍAMOS BATER PALMAS ao trabalho dos paraenses Heitor Costa e Daniel Rebisso, pq parece q td está se descobrindo agora, este último já afirmara há tempos. O fato de até hj ñ termos + infs. fidedignas dessa OP, foi t deixado TD nas mãos de pessoas (os 2 ufólogos acima) q além de ñ pertencerem as regiões desse incidente ufológico, ñ tiveram a mínima preocupação de informarem a vdd dos fatos.

Cont na proxima

Anônimo disse...

Cont da msg anterior e final

Portanto, é reconfortante e muito bom saber vamos saber + coisas da OP. Sempre falei desse episódio da fazenda Jejú, q ninguém deu valor, creio eu q esse evento tenha sido até + importante q o do rio Guajará-Mirim, mencionado por Holanda, como sendo o + incrível. Bem se fizermos uma análise fria dos docs liberados, vemos q há outros incidentes q aparentam serem espetaculares, com ctz Holanda ñ os frisou pq já ñ estava + na OP. Um outro caso, foi o descrito em um dos relatórios, q ocorreu em fev/78, de um ovni filmado a noite pelo Sgt Flávio, qdo este estava de férias e colheu este importante registro. Foi esse filme q com ctz foi exibido, um ano depois em uma ocasião q o Sr. Vitório Peret (outro pesquisador da OP) presenciou e o mencionou em bastante detalhes (há vário videos do utube acerca disso). Mas sem sombra de dúvida, esse capítulo da fazenda Jejú é o q têm + infs incrívei. E parece q agora graças ao empenho do Sr.Heitor Costa (e outros tbm) saberemos alguma coisa. Parabéns por seu trabalho e a tds pesquisadores do site OP.