31 julho 2010

CAMINHANDO PARA O DESASTRE

A VIDA NOS OCEANOS SE ESVAI
Costumamos nos preocupar com o cotidiano, com aquelas pequenas mazelas da rotina ou eventos pessoais relevantes e vez em quando temos tempo para pensar no planeta. Só que o planeta não está querendo saber se estamos preocupados com o expediente enfadonho, torcendo pelo nosso time ou tendo pensamentos românticos. Um estudo publicado na revista Nature, diz que a partir de 1950, a biomassa do fitoplâncton nos oceanos diminuiu em 40% e com uma taxa atual de decréscimo de 1% ao ano. Isso é um desastre. 


CAMINHANDO PARA O DESASTRE
A VIDA NOS OCEANOS SE ESVAI


Costumamos nos preocupar com o cotidiano que nos cerca, com aquelas pequenas mazelas da rotina ou eventos pessoais relevantes e nesse caldeirão de cada um, vez em quando temos tempo para pensar no planeta e mesmo nesses momentos, na verdade, somos naturalmente egoístas e estamos pensando em nós e como fazer para nosso planeta continuar a nos manter sem reclamar muito. Só que o planeta não está querendo saber se estamos preocupados com o expediente enfadonho, torcendo pelo nosso time de futebol ou tendo pensamentos românticos com alguém muito especial. Gaia, a Terra viva, como foi chamada pelo cientista James Lovelock, está respondendo a nossa maciça e perturbadora presença das mais variadas formas e mais uma delas é divulgada agora. Um estudo publicado na revista Nature, que recomendo a todos lerem, mesmo que recorram ao tradutor do google ou a resumos disponíveis em jornais eletrônicos como o globo, diz que a partir de 1950, a biomassa do fitoplâncton nos oceanos do planeta diminuiu em 40% e com uma taxa atual de decréscimo de 1% ao ano. Isso é um desastre. O fitoplancton é o conjunto de seres microscópicos de ambientes aquáticos, como algumas bactérias, alguns seres multicelulares, sendo a grande maioria unicelular, como ilustrados na figura abaixo:


Imagem NASA: colagem adaptada a partir de desenhos e micrografias por Sally Bensusen, EOS (Sistema de Observação da Terra) da NASA.


Fitoplâncton são extremamente diversificados, variando de bactérias fotossintetizantes (cianobactérias), a plantas como diatomáceas, para cocolitóforos blindados (desenhos sem escala).


O fitoplâncton é a base da cadeia alimentar dos oceanos e responde pela retirada da atmosfera de 10 gigatoneladas de carbono por ano (fonte: Observatório da Terra – NASA), que são soterradas no fundo dos oceanos, na forma de carapaças a base de carbono, que esses seres microscópicos constroem em torno de si e que ao morrerem descem para as profundezas dos mares. Para termos uma base de comparação, o relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU), no seu último relatório de 2007, página 36, estimou em 38 gigatoneladas de carbono emitidas por ano (2004) pelas atividades humanas. Ou seja, o aquecimento global está se retroalimentado: o aumento da temperatura dos oceanos causa o decréscimo da biomassa de fitoplâncton que passa a retirar menos CO2 que produzimos da atmosfera, aumentando o efeito estufa. E pensando em nós humanos, menos alimento nos oceanos significa menos peixes, moluscos e crustáceos para alimentar bilhões de pessoas no mundo, agravando a questão da fome.
Para entendermos a magnitude desses campos verdes dos oceanos, observem com atenção a foto abaixo:



Às vezes, parece que o assunto aquecimento global dá uma refreada nos noticiários, dando quase a impressão que isso é coisa ainda muito, muito distante, mas a verdade é que as mudanças no clima da Terra continuam sua marcha incessante e causando grandes tragédias, de conseqüências severas para toda a vida no planeta, como essa.


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